Para compreendermos o que ocorreu no dia 31 de Maio de 1949, temos que nos aprofundar um pouco no histórico de Schoenstatt: por volta de 1914, o Padre José Kentenich (1885-1968) demonstrou fortemente sua especial e constante preocupação pela caminhada da Igreja, que vinha enfrentando uma forte crise. Ele, com grande interioridade, se sentia chamado por Deus a ajudá-la.
Por isso, no dia 18 de Outubro de 1914, fez um pedido à Mãe de Deus na pequena capelinha de São Miguel, no vale de Schoenstatt: convidou-a a estabelecer-se naquele lugar, para que Ela educasse homens e mulheres que, como seus instrumentos, formassem um novo Cristianismo, uma resposta às grandes interrogações do mundo atual.
Naquele dia nasceu a Família de Schoenstatt.
Deus se fez presente através de Maria, mas também todos nós estivemos representados; o próprio Pe. Kentenich contou, alguns dias antes de morrer, que conscientemente incluiu naquele ato de fundação todos aqueles que algum dia quisessem seguir os seus passos, consagrando-se dessa maneira a Maria. Ela não "apareceu" para dizer que aceitara o convite, mas com o tempo a confirmação de que estava habitando o pequeno Santuário se tornou óbvia: via-se claramente os frutos de santidade nos jovens, e o Santuário de Schoenstatt transformou-se num lugar de peregrinação e de graças para toda a Alemanha e muito mais além...
Algum tempo depois, em 20 de Janeiro de 1942, nosso Fundador foi mandado ao Campo de Concentração de Dachau por não aceitar as idéias de Adolf Hitler, ficando ali até o final da 2ª Guerra Mundial, no ano de 1945 (ficou preso por 3 anos e 7 meses).
Ao voltar de Dachau a Schoenstatt, mesmo com a saúde abalada devido aos horrores que sofreu durante sua permanência no campo de concentração, não deixou-se acomodar: continuou incansavelmente seu trabalho apostólico, conferindo palestras, retiros, escrevendo livros, e até mesmo, empreendeu algumas viagens pelos países onde o Movimento foi-se espalhando.
Em 1949, visitou a América Latina, abençoando no dia 20 de Maio o primeiro Santuário filial do Chile, em Bellavista – Santiago (cópia fiel do original de Schoenstatt), onde colocou sobre o altar, no dia 31 deste mesmo mês, a primeira parte de sua carta-resposta à alguns Bispos da Alemanha, em relação às objeções que um deles havia feito à Família de Schoenstatt e ao Instituto das Irmãs de Maria – o primeiro Instituto Secular de vida consagrada a ser fundado pelo Padre José Kentenich.
Essas objeções não eram secundárias, e segundo nosso Fundador, tratavam com vigor do grande desafio que a Igreja tinha para o mundo atual. Ao fazer este ato simbólico, de colocar sua carta sobre o altar, pôs nas mãos de Maria, a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, esta "batalha santa".
Na carta explicou a proposta de Schoenstatt: a criação de uma corrente de vida que vivesse os valores do cristianismo de uma maneira mais orgânica e em harmonia com as realidades do homem atual, capaz de opor-se ao pensar e viver doente que o homem se encontrava devido às grandes transformações que o mundo vinha sofrendo.
Na prática, proferiu como "ato do 31 de Maio de 1949", no Santuário de Bellavista, um convite à todos Santuários Filiais, que estavam surgindo em várias partes do mundo, a voltarem-se para o Santuário Original e assim ajudá-lo a cumprir esta tarefa de renovação do mundo, pois ali estava presente a Santíssima Virgem, e Ela necessitava de instrumentos humanos para isso:
"Nada sem Ti, nada sem Nós!"
Ele se sentiu impulsionado a iniciar esta "cruzada santa" porque queria ajudar a Igreja a resgatar os valores cristãos, e para isso, confiou na Aliança de Amor com Maria selada no Santuário Original, e na maturidade de vida alcançada pelos membros do Movimento.
Nosso fundador se aventurou ao dar este passo, e sabia disso. Era uma "ousadia" querer transformar o pensamento da Igreja naquele tempo... Ele tinha consciência de que dificilmente seria compreendido pelas autoridades eclesiais, mas confiou até o fim na Divina Providência.
"Temos que pensar em Davi enfrentando-se com Golias... Se não contarmos com a boa vontade da Santíssima Virgem, nunca nos atreveríamos a dar este arriscado passo..." (Prática do 31 de Maio).
Foi este passo, o envio de sua carta-resposta – começada no dia 31 de Maio, o desencadeamento de inúmeras dificuldades para o Pai Fundador perante a Igreja, cuja decisão foi notificar o seu desterro a Milwaukee (1951 - Estados Unidos), onde ficou por 14 anos. Ela queria com isso, analisar se Schoenstatt era uma obra com origem divina ou humana.Para a Família de Schoenstatt, esta data é comemorada com muita expressão, porque a partir do Exílio de nosso Pai Fundador, os membros do Movimento se dispuseram a assumir sua proposta em suas vidas, o que gerou muitos frutos para a obra, principalmente o crescimento das aspirações em relação à Aliança de Amor.
Como estímulo pela passagem destes anos de história, peçamos à Deus Pai que nos mantenha sempre fiéis à Aliança de Amor, para que possamos proclamar, nas palavras de nosso Pai Fundador...
Com confiança e vitoriosidade...
"Mater Perfectam Habebit Curam!"
"A Mãe de Deus cuidará perfeitamente!"
"Tua res agitur! Clarifica-te!"
"Se trata de tua missão, portanto, glorifica-te a Ti e a tua obra!"
Fonte:http://schoenstatt.vilabol.uol.com.br/31demaio.htm
Texto: Ana Beatriz
Material de Apoio: "Meu amigo, o Padre Kentenich" - C. M. Bercetche
"La Cruz de La Unidad - Su Llegada al Santuario Original" - Pe. Benjamín Pereira
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